Mesmo com investimentos públicos, a infraestrutura do túnel submerso no rio Itajaí-Açu será viável apenas com aporte da iniciativa privada. Em entrevista exclusiva à Rede Marazul, o diretor executivo do Consórcio Intermunicipal Multifinalitário da Associação da Foz do Rio Itajaí (CIM-AMFRI), João Luiz Demantova, detalhou valores do pedágio que será cobrado para passagem no túnel. Os automóveis teriam um custo de R$ 8,00 e as motocicletas um valor de R$ 4,00, sem considerar a tarifa para veículos de carga, caminhões e ônibus que ainda estão em estudo. Segundo João, essa é uma análise preliminar que pode sofrer alterações, inclusive com a redução do valor do pedágio quando tiver definido o preço para os caminhões, o que deve equilibrar a tabela.

O especialista ainda revelou que o Sistema de Transporte Integrado da Região da AMFRI (STCR/AMFRI) terá como solução viária um sistema rodoviário troncal que percorre a região no sentido Norte e Sul. O Sistema Central terá o modelo de Bus Rapid Transit (BRT) com a implantação de plataformas contínuas por meio de veículos elétricos. “Dessa forma a tarifa de ônibus iniciaria em R$ 5,00, podendo chegar até R$ 7,00 em um trecho de deslocamento de Balneário Piçarras até Bombinhas, por exemplo. O mesmo percurso não sai por menos de R$ 21,00 no sistema de transporte coletivo atual”, destacou.

Uma reunião de apresentação CIM-AMFRI à Comissão de Financiamento Exterior (COFIEX) do Ministério da Economia ocorreu na última terça-feira (27). Essa é a primeira etapa para conseguir a autorização da pasta para que as cidades de Itajaí, Navegantes e Balneário Camboriú contraiam o empréstimo do Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) de US$ 498 milhões para estruturação e implantação das obras de infraestrutura que compõem o Projeto de Mobilidade Integrada da Foz do Rio Itajaí – PROMOBI/AMFRI.

Confira a entrevista realizada pelo jornalista Luis Varela:

Túnel Imerso

Depois de intensas discussões e análises técnicas, os municípios optaram por um Túnel Imerso ao invés de uma ponte para não inviabilizar a cadeia industrial nas margens do Itajaí-Açu, em especial a portuária. Projetado para a região da Barra do Rio, o método construtivo adotado traz uma tecnologia de vanguarda inédita na América do Sul, muito embora largamente utilizado em países europeus e asiáticos.

O projeto entrará em sua fase de detalhamento e traz como premissa uma seção transversal composta por três células independentes, sendo uma central exclusiva para pedestre e bicicletas e duas seções laterais com três faixas de tráfego em cada sentido, sendo uma delas de uso exclusivo para o transporte coletivo. Esta solução vem ao encontro da expectativa da população que há décadas sonha com esta travessia.