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MC Trans tem estadia negada em hotel de Blumenau e denuncia transfobia


16 de outubro de 2022 por
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A artista Ana Vitória Monforte, 35 anos, conhecida como MC Trans, denunciou à polícia a transfobia que sofreu em um hotel em Blumenau, no Vale do Itajaí, na madrugada de sexta-feira, último dia 14 de outubro. Ela relata que havia reservado um quarto junto com o marido, mas ao chegar na recepção do Hotel Salto do Norte, teve a estadia recusada pelo atendente.

“O patrão é um senhor de idade, conservador, e ele tem as normas dele”, tenta justificar o recepcionista, ao citar “problemas com travestis que causam transtorno para o hotel”, segundo informou o portal de notícias G1.

Em nota, o estabelecimento fez sua defesa. Alegou que “não tolera qualquer tipo de discriminação, e repudia toda e qualquer violação aos princípios fundamentais constitucionais. Porém, apontou ainda que uma “apuração preliminar” aponta para “grande divergência” entre a narrativa da ofendida e o que aparenta ser a verdade.

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Um boletim de ocorrência foi registrado no mesmo dia pelo crime de preconceito, eo advogado da MC Trans, Diego Figueiredo, apontou que a apresentadora da Rede TV! que entrará com ação contra o hotel.

Com mais de meio milhão de seguidores, MC Trans gravou a conversa com o atendente e publicou nas redes sociais, ao descrever que se sentia ‘acabada, sem dignidade’. Na gravação, ela fala ao recepcionista que o marido dela entrou primeiro e não teve problemas, ao contrário do que aconteceu quando ela chegou ao estabelecimento.

O prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), classificou o episódio como “lamentável” ao comentar a publicação. Ele conversou com a apresentadora e reforçou que Blumenau é uma cidade “para todos”.

Nas redes sociais, a artista explicou que passou um mês em Blumenau, “resolvendo questões da minha transição de gênero”. Disse que estava na casa de uma amiga, mas como faria uma cirurgia “bastante invasiva” neste sábado, dia 15, optou pelo hotel, por conta da privacidade. Na visão da defesa da artista, a conduta do hotel fere o princípio da dignidade da pessoa humana.

O Hotel Salto do Norte alegou ainda na nota que sua administração ainda não havia apurado com profundidade os fatos noticiados, e que segue à disposição das autoridades e da justiça.

Quanto à reserva alegada pela artista, o Salto do Norte alegou que a hotelaria recebeu ligação 30 minutos antes da presença dos hóspedes na recepção, oportunidade em que foi questionando sobre a disponibilidade de um quarto que comportasse um casal. Em resposta foi informado que haveria disponibilidade de um quarto, com acomodação para duas pessoas, com check-out obrigatório às 12:00 horas do dia seguinte – lotação decorrente da Oktoberfest. E que seu funcionário não teve tempo de ver que MC Trans seria uma mulher trans.

“O hotel sempre acolheu pessoas trans, e nunca houve em sua história quaisquer incidentes de discriminação”, aponta a nota. “Tanto o atendente quanto o administrador possuem idade acima de 70 anos, sendo que o administrador possuiu quase 90 anos de idade, e nenhum deles possuem antecedentes criminais ou respondem a processos judiciais”.

As informações são do g1.

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