A tartaruga marinha resgatada debilitada na Praia do Buraco, em Balneário Camboriú, foi levada para a Unidade de Estabilização de Animais Marinhos da Univali em Penha, vinculada ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS). O animal estava emalhado em rede de pesca, e foi retirada por guarda-vidas, após notificação de frequentadores da praia.

O réptil foi resgatado e encaminhado para a unidade de estabilização em Armação do Itapocoróy, onde esteve sob os cuidados da equipe de médicos veterinários do projeto. De acordo com as avaliações feitas, trata-se de uma tartaruga-verde (Chelonia mydas) juvenil, podendo ser considerada como híbrida, pois tem a aparência predominante da espécie, porém possui cinco pares de placas laterais na carapaça – a característica da espécie, entretanto, é de quatro desses pares de placas.

Apesar de estar um pouco anêmica e ter defecado resíduos sólidos, os veterinários de Penha pontuaram que ela continua com boa condição corpórea e integridade física. Na manhã desta quarta-feira, dia 17, a tartaruga foi transferida para o Projeto Tamar, em Florianópolis, onde seguirá com o tratamento e o acompanhamento veterinário até que esteja pronta para a reintegração na natureza.

A promoção do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama para as atividades da Petrobras voltadas à produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.

Tartaruga estava “afogada”

Os guarda-vidas, em rondas preventivas na Praia do Buraco, liberaram a tartaruga da rede de pesca, mas ao devolvê-la ao mar, perceberam que ela permaneceu inerte e afundou. Ela foi novamente retirada da água e e eles perceberam que ela estava debilitada e respirando com muita dificuldade.

“É difícil ver alguém nessa situação, mesmo um animal. Ela estava fraca e com muita dificuldade de respirar”, afirma o subtenente Jorge Luiz de Souza Batista, do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros em Balneário Camboriú. Foram os bombeiros que decidir por efetuar procedimentos comuns em seres humanos na tartaruga, por notar que ela estava “afogada”

Ela foi mantida em declive, com a cabeça em nível pouco abaixo do corpo e, com toalhas molhadas, eles realizaram o resfriamento do casco a fim de manter a temperatura corporal necessária. Foi feita também a oferta de oxigênio e aos poucos ela foi apresentando melhora significativa.

“As nossas equipes estão constantemente se atualizando para que possamos salvar pessoas em situação de afogamento, ainda que o objetivo principal seja sempre a prevenção. Ver que esse conhecimento foi fundamental para essa tartaruga. Ela vai poder voltar ao seu habitat natural em segurança, e é muito gratificante”, detalhou o subtenente, na ocasião.