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Indígena do povo Xokleng é assassinado em Santa Catarina


30 de abril de 2024 por
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Um jovem indígena do povo Xokleng, território envolvido em disputas judiciais sobre demarcação de terra, foi assassinado neste último sábado, dia 27, em uma estrada entre as cidades de Doutor Pedrinho e Itaiópolis, em Santa Catarina. O corpo de Hariel Paliano, 26 anos, foi encontrado nas margens da pista, parcialmente queimado, enquanto seus parentes estavam em Brasília, no Acampamento Terra Livre, uma mobilização por direitos indígenas.

Lideranças Xokleng e ONGs ambientais e indígenas denunciaram a morte, que será investigada pela Polícia Federal (PF). O caso chama mais a atenção porque em março e abril houve o registro de dois ataques a tiros em aldeias do território Xokleng. 

Não houve feridos e os episódios foram encarados como uma forma de ameaça. Na época, o Ministério Público Federal (MPF) pediu aumento do patrulhamento da polícia na região.

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Os Xokleng habitam a região Ibirama-La Klãnõ, no Vale do Itajaí, onde enfrentam perseguições há décadas. A demarcação da Terra Indígena Ibirama-La Klãnõ ficou travada nos últimos anos por causa do julgamento da tese do Marco Temporal, e o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a abrir um processo de mediação, o que foi motivo de críticas.

No ano passado, após o STF concluir que o Marco Temporal é inconstitucional, lideranças Xokleng denunciaram o aumento de ameaças por parte de agricultores que ocupam áreas reivindicadas historicamente pelos indígenas.

O local onde o corpo de Hariel foi encontrado fica perto da aldeia Kakupli, onde ele morava, e que fica no centro dessa disputa fundiária, na cidade de José Boiteux (SC). Ele morava com sua mãe e padrasto, lideranças locais e que estavam no Acampamento Terra Livre.

REVOLTA

Após o crime, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou nota afirmando que “o assassinato de Hariel é reflexo e expõe o tom da falsa conciliação a que os setores anti-indígenas sempre se propuseram e se propõem na relação com os povos originários. Não há conciliação possível entre a corda e o pescoço senão a morte do enforcado”.

Segundo a nota do Cimi, “enquanto os povos indígenas estão na Capital Federal mobilizados de forma democrática e legítima em defesa de seus direitos, recebendo da parte do Estado morosidade e palavras traiçoeiras, nos territórios tradicionais a violência é rápida, ideológica e letal”.

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