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Morre Dona Hilú, “pacata moradora” de Balneário Piçarras identificada como líder de tráfico de bebês no Brasil


22 de abril de 2024 por
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Arlete Honorina Vitor Hilú, a Dona Hilú, que a princípio era tida em Balneário Piçarras como uma pacata moradora que viveu na cidade até 2016, morreu aos 78 anos, no interior de São Paulo. Ela era líder de um dos maiores esquemas de tráfico de bebês do Brasil para outros países nos anos 1980; sua morte foi em dezembro do ano passado, mas somente nesta semana o óbito foi confirmado pela família.

A mulher vivia em uma casa de repouso em Porto Feliz, SP, desde 2016, quando saiu de Balneário Piçarras. Ela tinha Alzheimer e já não estava lúcida em seus últimos anos de vida, segundo a família. A causa da morte, conforme consta da certidão de óbito, foi um “choque séptico de múltiplos focos” que teria evoluído a partir de uma infecção urinária e uma pneumonia.

Hilú era viúva e tinha dois filhos, de 39 e 56 anos, segundo apurou o jornalista Gabriel Toueg, do portal UOL. Estava desde 2022 internada em estado grave. Segundo uma fonte próxima à mulher nos últimos anos, que pediu sigilo, Hilú nunca recebia visitas na casa de repouso e costumava vestir roupas emprestadas.

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A família informou que a mulher perdeu todos os seus bens quando a casa em que morava, em Balneário Piçarras, foi inundada. Hilú ficou conhecida na década de 1980 por comandar o esquema que sequestrava bebês de maternidades – e recentemente, foi alvo de reportagem do Reporter Em Ação, na TV Record de São Paulo.

A mulher também cooptava famílias pobres para entregar ou vender os filhos por valores irrisórios. As crianças eram vendidas no exterior, principalmente em Israel e na Europa, por dezenas de milhares de dólares. Segundo a imprensa da época, um bebê brasileiro poderia valer até US$ 10 mil. Em alguns casos, até US$ 50 mil.

A facilidade de “Dona Hilú” em traficar crianças iniciou quando ela virou curadora especial de menores, em 1983, uma atividade ligada à Justiça do Paraná – ali ela começou a se envolver no tráfico de crianças. Foi presa pelo crime pelo menos duas vezes, mas sempre acabava liberada.

Em Santa Catarina, os casos de sequestro com possível participação da traficante de bebês foram registrados em Blumenau, Itajaí e outras cidades do Estado. A Polícia Federal estima que quase 12 mil recém-nascidos tenham sido vendidos para famílias do exterior nesse período.

Arlete Hilu ficou conhecida como a responsável por essa rede, segundo apurou em 1984 o jornalista Carlos Tonet, que tinha cerca de 24 anos na época e era repórter do Jornal de Santa Catarina.

FOTOS 📸 ÁLBUM DE FAMÍLIA E TV RECORD.

 

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