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Após saída de Ricardo Salles, Bolsonaro nomeia Joaquim Pereira para ministério do Meio Ambiente em momento crítico da CPI

Ricardo Salles pediu demissão do cargo após ser indiciado em esquema de corrupção


24 de junho de 2021 por
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O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou na quarta-feira, 23, que pediu demissão do cargo. O presidente Jair Bolsonaro exonerou o ministro do Meio Ambiente. A informação foi publicada no Diário Oficial da União e informa que a exoneração foi a pedido de Salles. No mesmo decreto, Bolsonaro nomeou Joaquim Alvaro Pereira Leite como novo ministro do Meio Ambiente.

Salles é alvo de inquérito, autorizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR). A investigação suspeita de participação do ex-ministro em esquemas para a exportação de madeira ilegal. Ele nega ter cometido irregularidades e afirma ter saído do cargo para que apuração seja feita da melhor forma. A gestão de Salles à frente da pasta foi marcada pelo desmonte de órgão de fiscalização ambiental e sucessivos recordes no avanço do desmatamento.

A demissão ocorre um dia depois de Bolsonaro elogiar Salles em evento no Palácio do Planalto. “Parabéns, Ricardo Salles. Não é fácil ocupar seu ministério. Por vezes, a herança fica apenas uma penca de processos. A gente lamenta como por vezes somos tratados por alguns poucos desse outro Poder, que é muito importante para todos nós”, disse o presidente durante evento de lançamento do Plano Safra 2021-2022.

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Na última semana, negociações bilaterais sobre questões ambientais entre Brasil e Estados Unidos foram suspensas, o que acendeu o “sinal amarelo” entre autoridades e parlamentares para os riscos de sanções econômicas. Para a presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu, o congelamento das conversas tem relação com as investigações contra o ex-ministro e com a paralisia no combate ao desmatamento.

Na ocasião, segundo o parlamentar, o presidente afirmou que procuraria a Polícia Federal para investigar o caso. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio em que prevê pagar pelo imunizante indiano um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.

CPI da Covid

O anúncio da troca no Ministério do Meio Ambiente também ocorre no momento em que o governo é acusado de corrupção na compra de vacinas para a covid-19. Em entrevista ao Estadão, o deputado Luis Miranda, aliado do Palácio do Planalto, afirmou ter alertado o próprio Bolsonaro de que havia “corrupção pesada” no Ministério da Saúde envolvendo a compra da Covaxin. “Pelo amor de Deus… isso é muito sério!”, escreveu em 22 de março a assessores do presidente. Miranda depõe à CPI nesta sexta-feira (25), segundo requerimento apresentado e votado nesta manhã.

A exoneração do ministro ocorreu também no momento em que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado apertou o cerco ao Executivo e ao valor pago na compra de vacinas da Covaxin. Apesar do aviso, o governo seguiu com o negócio em que prevê pagar pelo imunizante indiano um preço 1.000% maior do que o anunciado pela própria fabricante seis meses antes.

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